Ansiedade, do normal ao patológico
A ansiedade é uma emoção normal, adaptativa e experienciada por todos nós em diversos momentos da nossa vida.
É definida como uma vivência de medo motivado por fatores como a antecipação de uma situação ameaçadora ou desagradável, ou a perceção de vulnerabilidade ou perigo perante determinada situação. Pode manifestar-se através de sintomas físicos (por exemplo; náusea, boca seca, dificuldade em engolir, palpitações cardíacas, dor no peito, tensão muscular, alterações do trânsito intestinal e do aparelho urinário, desconforto abdominal, etc) e psíquicos (inquietação, medo, preocupação excessiva, hipervigilância, aumento da atenção e concentração, entre outros).
Nas situações em que há uma perceção de ameaça ou perigo real (ou imaginado), há uma ativação do Sistema Nervoso Simpático, que prepara o organismo para responder a essa ameaça (como, por exemplo, quando corremos para apanhar o autocarro para não chegarmos atrasados ao trabalho, quando vemos o nosso filho bebé a levar à boca uma coisa perigosa) e desencadeando uma reação rápida perante aquela.
Esta ativação do sistema nervoso simpático provoca alterações físicas (aumento da frequência cardíaca, respiração acelerada, transpiração excessiva) e cognitivas (aumento da atenção e concentração).
Nestas circunstâncias, o organismo entra num estado de alarme. Quando é alcançado o controlo da ameaça, a sintomatologia vivenciada diminui e é estimulado o Sistema Nervoso Parassimpático que desencadeará respostas antagónicas (diminuição da frequência cardíaca, diminuição da atenção e concentração)
Este mecanismo é adaptativo, funcional e útil em muitas situações. Contudo, quando a vivência da ansiedade é excessiva, origina uma incapacidade de resposta e sintomatologia disfuncional para a pessoa. Nestas circunstâncias, a ansiedade torna-se mal-adaptativa e entra no campo das perturbações da ansiedade.
Estima-se que cerca de ¼ da população tenha algum tipo de perturbação de ansiedade ao longo da vida.