Dia Mundial da Consciencialização do Autismo

2 de abril o Dia Mundial da Consciencialização do Autismo (World Awareness Autism Day).

Foi decretado em 2017, pela Organização das Nações Unidas, com vista a esclarecer e sensibilizar a população mundial para esta patologia.

O autismo afeta a forma como as informações são processadas a nível cerebral, e altera o modo como as células nervosas e as sinapses são organizadas. De uma forma genérica, afeta a forma como o individuo perceciona e experiencia o Mundo.

A Perturbação do Espetro do Autismo integra o grupo das Perturbações Globais do Desenvolvimento e consiste num distúrbio neurológico que se caracteriza por um comprometimento na interação social, na comunicação verbal e não-verbal e pela existência de um padrão de comportamento, interesses e atividades restritivos, repetitivos e estereotipados. 

Nem todas as crianças expressam as mesmas caraterísticas mas são frequentes: o atraso na fala, as dificuldades em expressar ideias, em processar e entender a linguagem das emoções (parecendo estas crianças pouco empáticas), em manter o contacto visual (sendo este muito fugaz), a existência de interesses por uma determinada forma de brincar específica e, por vezes, estereotipias comportamentais (como balancear o corpo). Paralelamente, surgem alterações sensoriais, podendo estas ocorrer num ou mais sentidos (visão, tato, audição, paladar e olfato).

A ONU estima que existam perto de 70 milhões de pessoas diagnosticadas com esta condição, sendo a incidência maior nos rapazes que nas raparigas.

Têm surgido nos últimos anos muitos estudos no sentido de serem identificados fatores que predisponham e influenciem o aparecimento da doença mas o caminho não tem sido fácil e, muito menos, linear, dado que nem todas as crianças manifestam os mesmos sintomas e há diferentes graus de severidade na doença.

Não há cura para este tipo de perturbação, apresentando-se como uma condição crónica, e representa a perturbação de desenvolvimento com maior impacto e gravidade.

Pese embora a inexistência de uma cura identificada, o diagnóstico precoce e a intervenção de uma equipa multidisciplinar com intervenções adequadas às particularidades da criança e ao grau de severidade da patologia, constituem uma ajuda crucial para um desenvolvimento infantil o mais normal possível.

Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo