Artrite reumatoide. Causas e tratamento
Artrite reumatoide (AR) é uma doença auto-imune, inflamatória e crónica. É caracterizada pela ocorrência de poliatrite periférica que provoca deformidades e destruição das articulações através da erosão óssea e da cartilagem.
A sua prevalência afeta 1% da população mundial, sendo o sexo feminino o mais afetado.
A artrite reumetóide pode aparecer devido à combinação de alguns fatores, como hormonais, ambientais e imunológicos, mas principalmente devido a fatores hereditários, sendo estes responsáveis por 60% dos casos.
Esta patologia apesar de puder afetar todas as articulações, manifesta-se de maneira diferente de pessoa para pessoa e comummente começa pelas articulações das mãos e dos pés.
Os sintomas podem incluir:
- Rigidez matinal por pelo menos 1h;
- Fadiga;
- Perda de peso;
- Artrite em 3 ou mais articulações com edema das partes moles ou derrame;
- Artrite nas mãos ou punhos;.
Diagnóstico
Para diagnosticar esta patologia usa-se o protocolo de Classificação do Colégio Americano de Reumatologia, que consiste numa combinação de exames físicos, radiológicos e análises sanguíneas. No entanto, quando a patologia está num estágio inicial nem sempre é possível detetá-la, sendo diagnosticada como artrite indiferenciada.
Para colmatar as dificuldades de diagnóstico em estágios iniciais, o Colégio Americano de Reumatologia em conjunto com a Liga Europeia contra o Reumatismo desenvolveram uma nova classificação que se divide em várias categorias: envolvimento articular, sorologia, provas de fase aguda e duração da sintomatologia.
Tratamento
A AR sendo uma doença crónica, precisa de tratamento continuado para que as pessoas possam viver com funcionalidade. Para isso acontecer, é importante ter um diagnóstico precoce para evitar lesões graves a nível articular.
O tratamento será realizado por uma equipa multidisciplinar, com a orientação de um reumatologista para garantir uma proteção articular, um fortalecimento muscular e uma maior flexibilidade.
O tratamento é composto por fármacos (anti-inflamatórios não esteroides, glicocorticóides e analgésicos), por fisioterapia e terapia ocupacional. Nos tratamentos de fisioterapia e de terapia ocupacional incentiva-se o treino aeróbico, exercícios de fortalecimento, alongamentos e relaxamento, respeitando sempre a tolerância e a fadiga do utente.
Se o utente apresentar muitas dores, é normalmente aconselhado o uso de órteses de maneira a criar estabilidade nas articulações e assim aliviar a sintomatologia.
Numa fase posterior, poderá ser utilizado tratamento cirúrgico, nomeadamente uma artroplastia, principalmente quando as articulações mais afetadas são a anca e o joelho.
Em suma, o diagnóstico precoce apesar de ser essencial para maximizar os resultados do tratamento, é também importante um acompanhamento multidisciplinar durante todo o percurso, de maneira a serem alcançados os resultados pretendidos e assim haver uma melhoria notória da qualidade de vida do paciente.
Bibliografia:
Goeldner, I. et al. Reumatoid arthritis: a current view. Outubro, 2011.
Laurindo, IMM. et al. Artrite reumatoide: diagnóstico e tratamento. São Paulo. Dezembro, 2004.
Rodrigues W.F et al. Artrite reumatoide: fisiopatologia, diagnóstico e tratamento. Março, 2017.