Infeções respiratórias em crianças
Os casos de infeções respiratórias nas crianças têm vindo a sofrer um aumento nos últimos meses, tanto em Portugal como num contexto internacional (Austrália e Nova Zelândia são dois exemplos disso)
Como se explica este fenómeno, afinal, se a população se tem protegido e recatado?
O vírus sincicial respiratório (VSR) é uma causa muito comum de infeções das vias aéreas, especialmente em crianças, afectando quase todas as até à idade de quatro anos e muitas delas no primeiro ano de vida. A infecção não proporciona imunidade completa, por isso é normal que ocorra reinfecção, normalmente menos grave. Os surtos geralmente ocorrem no inverno e no início da primavera.
Em casos mais graves, tendencialmente em crianças mais novas, a doença pode ser fatal. Em adultos saudáveis e crianças mais velhas, a doença é normalmente leve e pode manifestar-se apenas na forma de um resfriado comum.
Entre os sintomas mais comuns estão corrimento nasal e febre, três a cinco dias após a infecção; também podem ser desenvolvidos tosse e sibilos, o que indica envolvimento das vias respiratórias inferiores.
Além de sintomas que podem ser confundidos com os de Covid-19, esta doença propaga-se da mesma forma: através de gotículas respiratórias da pessoa infetada (tosse ou espirros) que contactem com os olhos, nariz ou boca de outra ou por meio de contactos com superfícies contaminadas.
De acordo com estudos efetuados, as medidas recomendadas de prevenção não-farmacológicas contra a Covid-19, como o confinamento, a lavagem das mãos, o distanciamento social ou máscaras, favorecem a transmissão do coronavírus e são igualmente benéficas na prevenção de outras infecções virais, mas também reduziram a exposição à circulação de agentes microbianos, importantes estímulos do sistema imunitário. Ocorre assim um estado de maior debilidade imunitária do organismo humano.
A Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP) aliada ao Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) iniciaram o Projeto de Vigilância da infeção pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), a rede VigiRSV, que será crucial no conhecimento e alerta da principal causa de infeções do trato respiratório inferior em crianças com menos de dois anos.