Os perigos da luz azul para a visão

O Dia Mundial da Visão comemora-se anualmente na segunda quinta-feira de outubro, data instituída pela Organização Mundial da Saúde que visa alertar para os perigos e cuidados com a saúde ocular.

Estima-se que 285 milhões de pessoas sofram de deficiência visual moderada ou grave, cerca de 40 milhões de pessoas sejam cegas e que 80% da deficiência visual seja evitável, podendo ser prevenida ou tratada – números bastantes alarmantes.

Atualmente, um dos fatores mais preocupantes é o efeito da luz azul na visão. Com o uso muito significativo (e até excessivo, muitas vezes) e crescente de aparelhos eletrónicos, a luz azul (emitida pelos ecrãs) tem sido alvo de estudo pelos efeitos nefastos que poderá ter nos nossos olhos.

A luz azul representa cerca de um terço da luz visível e tem um comprimento de onda mais curto e mais energético que a vermelha, faz parte da nossa vida (é emitida pelo sol) e é essencial ao funcionamento do organismo humano. No entanto, o problema é a exposição (excessiva) à luz artificial emitida pelos dispositivos eletrónicos (televisão, computadores, tablets, smartphones), usados por períodos prolongados e com maior proximidade dos nossos olhos.

Os efeitos deste tipo de luz são cumulativos, ou seja, quanto mais tempo seguido passar em frente a um ecrã mais prejudicial será para a saúde ocular – os nossos olhos não conseguem ser muito eficazes a impedir q a luz azul chegue à retina, ao contrário do que acontece com raios ultravioleta. Assim, esta exposição em demasia pode provocar fadiga ocular (olhos irritados e dificuldades em focar), bem como danos nas células da retina, podendo ser causa para problemas como a degeneração macular da idade (doença degenerativa da retina que leva à perda de visão central), associada a um envelhecimento precoce dos olhos ou aumentar o risco da formação de cataratas.

É certo que todos sentimos desconforto após várias horas ao computador, que deriva da fadiga ocular digital e do olho seco, já que tendencialmente quando olhamos para os ecrãs pestanejamos muito menos.

Também para as crianças é bastante prejudicial pois, nos tempos que correm, têm acesso aos aparelhos tecnológicos a partir de tenra idade.

É cada vez mais comum o uso de óculos com lentes com filtro para a luz azul mas há que ter um certo cuidado, por não estarem comprovados os seus benefícios ainda. Apesar disto, os óculos com lentes antirreflexo poderão ser uma boa opção, pois reduzem o brilho, aumentam o contraste e bloqueiam a luz azul proveniente do sol e dos aparelhos digitais.

Há certos cuidados que podemos ter para proteger a nossa visão da luz azul. Como por exemplo:

  • Diminuir o tempo de exposição a ecrãs de smartphones, computadores, tablets e televisores e faça pausas com frequência.
  • Ativar o filtro de luz azul no telemóvel e noutros dispositivos eletrónicos que possibilitem essa funcionalidade.
  • Manter uma distância segura do ecrã: pelo menos o comprimento do um braço esticado.
  • Fazer pausas é muito importante, bem como sair da frente do computador e fazer exercícios de relaxamento para os olhos para que a perda visual não aconteça. 
  • Usar lágrimas artificiais para evitar que os olhos fiquem secos.
  • Consultar regularmente o médico oftalmologista para garantir o cuidado dos olhos e da visão.