A dieta da vizinha pode ser igual à minha?

Hoje em dia, segundo a linguagem popular, existem muitas dietas ditas “da moda”. Primeiramente importa perceber o que significa o conceito “dieta”. Este deriva do grego diaita, que significa “modo de vida”, ou seja, não tem o significado que damos nos dias de hoje; uma alimentação restrita, mas sim um estilo de vida. 

Atualmente existe muita variedade de “dietas”:

Dieta Paleo: Assenta na era paleolítica onde a sua base são as proteínas e as gorduras e defende que além de baixar o peso, controla os níveis glicémicos. A ideia é seguir um regime alimentar igual ao “homem das cavernas” e privilegiar os alimentos provenientes da natureza tais como raízes e tubérculos, carnes, oleoginosas e por isso excluir tudo o que sejam produtos processados, açúcares, laticínios, leguminosas e cereais.

Dieta de Atkins: Criada pelo cardiologista Dr. Robert Atkins, esta dieta restringe hidratos de carbono (HC) e proporciona um alto consumo de proteínas de gorduras, o que leva à perda de peso e a um controlo eficaz da glicemia e colesterol. São permitidos carne, peixe e ovos e produtos lácteos como manteiga e queijo. Esta é faseada e inclui hidratos progressivamente, sendo que se inicia com 20g deste macronutriente e se aumenta de semana para semana até um total, no mínimo 70g. 

Dieta Dash (Dietary Approaches to Stop Hypertension): Baixar a pressão arterial é o foco desta dieta, daí controlar a ingestão de sódio seja o principal objetivo. São privilegiados alimentos com melhor qualidade nutricional e por isso ajuda também a controlar obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares. Não proíbe nenhum grupo de alimentos e diversifica as opções alimentares desde legumes, grãos integrais como arroz e aveia, carnes magras, gorduras como oleoginosas e azeite e ainda inclui leite e derivados. Para perder peso com a DASH aliamos um controlo calórico ao longo do dia, reduzindo as quantidades de alimentos consumidos.

Low carb: Traduzida à letra significa baixa de hidratos de carbono, ou seja, foca-se na redução de alimentos como pão, massa, e no aumento da ingestão de proteínas (carne, peixe) e gorduras (oleoginosas). A quantidade de HC varia entre <50g/dia (very low carb) e <100g/dia (low carb), correspondendo a <10% e < 26% do valor energético total. É a dieta “mais da moda” nos dias que correm para quem quer perder peso pois a introdução de mais vegetais, e por isso de mais fibra, ajuda a regular o trânsito intestinal e o elevado aporte de proteína ajuda no controlo da saciedade.

Vegetariana: Consiste num estilo de vida em que a base é a origem vegetal, onde se exclui o consumo de proteína animal. Pode ir de ovolactovegetariana, onde é permitido o consumo de laticínios e ovos, até um padrão mais restrito – vegan – onde se exclui todo o tipo de alimentos de origem animal. Cada vez é mais usual adoptar este padrão alimentar, até porque, o vegetarianismo está associado a uma redução de doenças como obesidade, hipertensão, diabetes e por isto, aumenta a longevidade.

Concluindo, pode-se afirmar que todas as dietas podem levar a uma perda de peso, desde que haja um défice em termos calóricos. A frase: “comer mais do que se precisa” tem todo o sentido no que toca à razão pela qual aumentamos de peso. 

Respondendo à pergunta inicial, a minha dieta não pode ser igual à da vizinha, pois o que se preza é um plano alimentar individualizado de acordo com as necessidades e objetivos de cada um. 

Artigo elaborado pela nutricionista Cristiana Fonseca.

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